Pulseirinhas Snap: Fato ou Boato?
Ana Lucia Bediks
Após receber alguns e-mails com alertas sobre as pulseiras snap ou “pulseiras do sexo”, resolvi pesquisar mais sobre o assunto e descobrir a verdade sobre as tais pulseiras. Comecei minha pesquisa pelos textos e links que foram encaminhados para mim. As pulseirinhas coloridas de silicone, agora promovidas “a pulseiras do sexo” fariam parte de um jogo, o Snap, com conotação sexual. Segundo essas fontes elas seriam um código para experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até o sexo propriamente dito. Quem usa as pulseiras estaria automaticamente participando desse jogo, que funcionaria assim: uns tentam arrebentar a pulseira do outro. Aquele que consegue ganha o direito ao “ato” ao qual a cor da pulseira corresponde. Os “atos” vão desde um carinho até o ato sexual propriamente dito. Depois comecei a observar o grande número de crianças, pré-adolescentes e adolescentes que usam essas pulseiras. Para eles as pulseiras são “fashion” e existe até uma competição para ver quem tem o maior número de pulseirinhas. Vasculhei os principais meios de comunicação do Brasil, como jornais, rádio, TV e Internet e encontrei algumas reportagens dos jornais Agora, A Gazeta do Espírito Santo e uma reportagem no programa Bom Dia Espírito Santo. Todas essas notícias alertavam pais e educadores sobre o perigo das “pulseiras”. Entretanto não encontrei nenhuma notícia ou relato comprovado sobre garotas que estejam usando as pulseiras com essa finalidade sexual, nem de garotas que tenham sido abordadas por garotos querendo “jogar” com elas. Também não encontrei nada sobre meninos que estão atrás das meninas para arrebentar as pulseiras. Minhas pesquisas me levaram até um site em inglês sobre Lendas Urbanas (www.snopes.com/risqye/school/bracelet.asp) onde pude saber mais sobre as agora famosas pulseiras. Elas apareceram na década de 80 como um barato acessório de moda e ficaram conhecidas do público por pouco tempo quando foram usadas pela cantora Madona. Nos anos 90 elas caíram no esquecimento e voltaram a ser moda na atual década quando a cantora pop Avril Lavigne começou a aparecer com o acessório. No ano de 2003, essa lenda de que as pulseiras seriam parte de um jogo sexual entre adolescentes começou a se espalhar pelos Estados Unidos e gerou muita polêmica em escolas pelo país. A moda passou, os boatos também e novamente as pulseiras caíram no esquecimento. Somente esse ano, 2009, a lenda sobre as pulseiras começou a circular novamente na Inglaterra, mas dessa vez elas estariam sendo usadas por crianças e pré-adolescentes. Isso gerou muito burburinho entre os pais e educadores. E foi depois de tudo isso que essa lenda começou a se espalhar no Brasil, causando grande preocupação dos pais e escolas. O fato é que lenda ou verdade, a estória das tais pulseirinhas está ajudando no processo de erotização infantil que vem acontecendo no Brasil ultimamente. A Internet tem tido um papel fundamental para a rápida divulgação desses boatos. E uma quase histeria coletiva dos adultos sobre o assunto está cada vez mais dando asas a esses rumores. Não podemos esquecer que isso tem acontecido principalmente no meio evangélico. Antes de jogar fora todas as pulseirinhas de seus filhos, de proibi-los de usá-las ou de continuar ajudando a propagar essa lenda, quero convidar vocês a algumas reflexões.
I - O que você está conversando com seus filhos sobre sexo? Você tem passado os valores de Deus sobre o sexo para os seus filhos? Creio que quando conversamos franca e abertamente com nossos filhos sobre sexo, um simples boato espalhado pela mídia não irá abalar os valores que estamos plantando na vida deles dia a dia.
“Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. Deuteronômio 6:6-7
II - Você sabe o que seu filho está usando como roupas e acessórios? E o que você sabe sobre os brinquedos ou brincadeiras deles? Podemos dizer que “a bola da vez” agora é a pulseira do sexo, mas de tempos em tempos novas modas surgem. É difícil nos mantermos atualizados sobre tudo o que acontece no universo de nossos filhos, mas não é impossível. Uma rápida pesquisa em fontes confiáveis da Internet pode ser de grande ajuda.
“mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. Afastem-se de toda forma de mal”. 1 Tessalonicenses 5:21-22
III - Você deixa que a mídia ou a moda digam o que seus filhos podem ou não usar? Ou é você que decide o que seus filhos podem usar ou fazer? Como pais cristãos não podemos deixar que a mídia ou as modas que aparecem aqui e ali ditem o que nossos filhos vão ou não usar ou fazer. Temos que assumir nosso papel de pais, orientando nossos filhos, conversando com eles e permitindo ou proibindo o que eles fazem ou usam.
“Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”.1 Coríntios 10:23, 31
Precisamos conhecer o universo de nossos filhos, acompanhando as mudanças, as novidades e os perigos a que eles estão expostos. Ser pais cristãos hoje em dia não é tarefa fácil, mas nossos filhos são presentes de Deus para nós que merecem todo o nosso cuidado e atenção.
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